Heavy Metal

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Entrevista de César Louis para o Heavy Metal All Night!!

Segue a entrevista na íntegra!

 Epitaph mantendo-se criativo com qualidade

"Formada em Porto Alegre em 2000, a Epitaph, tem como influência das bandas clássicas dos anos oitenta. Praticando um Heavy Metal calcado na NWOBHM, a banda lançou de forma independente em 2009 o seu primeiro disco de inéditas ”Getting Down to Business”.

O baterista César "FIVE" Louis, fala das comemorações dos 15 anos da banda, dos planos futuros e do trabalho que vai suceder o “Getting down to Business”.


HMAN: A Epitaph foi formada em 2000 lá se vão 15 anos de estrada, como vocês veem a banda hoje? 
César "FIVE" Louis: Sim, passaram-se 15 anos e vimos muita coisa acontecer, o metal cresceu, caiu, cresceu e agora passa por uma fase complicada, especialmente aqui no Brasil para bandas pequenas e independentes, pois a meu ver, as mídias sociais e o download, que seriam para divulgar as bandas(e de certo modo o fazem) por outro lado acomodaram o público, que em boa parte não apoia a cena indo em shows, nem adquire merchandising das bandas, além disso a concorrência ficou maior e é preciso ter criatividade e qualidade para manter-se na cena e enfrentar os poucos lugares para tocar, votações para escolhe de quem vai tocar aonde ,crises econômicas e demais problemas que todas as bandas tem que passar hoje em dia. Felizmente a Epitaph soube adaptar-se e estamos firmes, fazendo nossos shows e já em processo de gravação do sucessor do Getting Down To Business. E posso te garantir que foram 15 anos de muita diversão, mais de 140 shows e a mesma garra da época em que começamos e a vontade de seguir gravando e apresentando para as pessoas a nossa paixão pelo Heavy Metal em forma de música.

HMAN: O primeiro full-lenght da banda, “Getting Down to Business” de 2009, foi lançado de forma independente. Por que?
César: A opção de lançar o Getting Down To Business, foi que as gravadoras na época já enfrentavam os problemas que hoje se agravaram: dificuldades na distribuição, não financiam as gravações e a banda recebe apenas uma quantidade do material para venda própria. Além disso queríamos ter o controle das vendas e distribuição e ao meu ver o teu trabalho tem que chegar nas mãos certas: direto ao público que viu teu show, gostou da banda e adquire contigo diretamente teu material.
O próximo CD da Epitaph, caso não hajam propostas, deverá ser lançado de forma independente também, pois gostamos dos resultados que obtivemos.

HMAN: 15 anos de estrada, mas somente em 2009 saiu o debut “Getting Down to Business”, o que esse trabalho representa para o Epitaph?
César: A Epitaph antes de lançar seu debut Getting Down To Business, já tinha lançado material com duas demos; primeiro a 'WAITING YOUR DEATH" de 2001, com 3 músicas e que foi distribuida até em Portugal. Em 2002 nossa segunda demo "THE TOLL OF THE BELL". E tivemos ainda a participação na coletânea ROCK SOLDIERS VOLUME 6 e no CD GARAGEM HERMÉTICA METAL de 2003, com mais 3 bandas. Para quem não sabe a coletânea foi lançada pelo antigo e mais conhecido Bar de rock de Porto Alegre...o GARAGEM HERMÉTICA. A partir dai sentimos a necessidade de lançar o full-lenght que começou a ser gravado no final de 2006, no ESTÚDIO 1000 do Fábio Lentino (da The Ordher) e com sessões incríveis de gravação das guitarras e baixo realizadas na casa de meus pais que estava vazia na época. Em 3 dias, com ajuda de um JCM 900(sempre no talo) dezenas e dezenas de cervejas, gravamos 80%das guitarras analógicas e depois completamos mais algumas no estúdio. Já bateria e vozes foram todas gravadas em estúdio. Tivemos a participação do grande amigo Gustavo Demarchi (hoje vocalista da Apocalypse) na música Death Bell, as letras foram compostas pelo "sexto" Beatle o Dênis Winston que até hoje compõe para a Epitaph; eu e o Gustavo também escrevemos material para a banda. A capa foi feita a mão, uma exigência nossa, em pintura em tinta a óleo(tenho o quadro original) pelo tatuador Cristiano que infelizmente faleceu. Temos até hoje muito orgulho desse material e sabemos que vamos ter muito trabalho para superá-lo em qualidade... e esse é o grande desafio para o novo CD.

HMAN: Como foi a recepção do disco por parte do publico e mídia? 
César: A recepção foi sensacional, pois dos mais de 60 veiculos de comunicações(revistas nacionais e internacionais, sites e etc) que enviamos o material, não houve sequer uma critica negativa e que achei mais interessante é que as diversas resenhas elogiavam músicas diferentes, o que demonstra que o material é forte, não ficando apenas em uma música ou duas. A Epitaph auto produziu o Getting Down To Business e pretendemos continuar isso no próximo. E enquanto não sai o novo material continuamos divulgando GDTB e até hoje recebemos criticas positivas do CD ou seja, resistiu ao teste do tempo. Sobre as vendas, queremos que chegue ao público verdadeiro e não somente vender a pessoas que não gostam do estilo apenas por que são amigos. Mais de 85% do material foi vendido e continua saindo. Nos shows o público pede sempre por Death Bell (as vezes quando é possivel, o Gustavo Demarchi revive o dueto com o Joe F.Louder) The Creature, Happy End, Night Rider e Waiting Your Death. Por sinal os videos oficiais que fizemos são das músicas Happy End e Night Rider.

HMAN: Como funciona o processo de composição dentro da banda? Vocês costumam compor com frequência? 
César: O processo de composição para o GDTB foi o normal, alguns riffs criados em jams nos ensaios até formatar a música. Gostamos muito de salientar os refrões, algo que a meu ver é a essência do metal, assim como os riffs de guitarras, que hoje parecem meio esquecidos por muitas bandas. A música tem que conseguir cativar do leigo ao fanático pelo estilo e buscamos na escola do metal tradicional as bases para nosso processo criativo, mas sempre colocando ideias modernas e adaptando o heavy aos tempos atuais.
Já para o novo trabalho, estamos compondo de forma diferente, eu e o Marlon Steindorff(guitarras) temos boa afinidade na composição e apresento riffs ou levadas de bateria que crio e ele passa para a guitarra. O Marcelo Fernandez (guitarra) acrescente as ideias de harmonia. O Joe F.Louder adapta seus vocais e passa as ideias de músicas para o Dênis Winston que escreve as letras, assim como eu também. O Raul Severo, o nosso baixista, que substituiu o Alex Prokopiuk, também ajuda nos arranjos e nesse momento trabalhamos com uma música dele . Finalmente após isso, nos reunimos em estúdio e começamos a montar a estrutura definitiva e lapidar detalhes. O processo de composição e gravação é demorado, mas muito gratificante.

HMAN: O que podemos esperar da Epitaph, para um novo lançamento? A banda já prepara material novo?
César: A intenção é fazer um trabalho forte e superar o primeiro CD, e para isso trabalhamos com calma para criar músicas fortes e que sejam marcantes. O material que já está pronto mostra que o disco vai ser mais rápido e pesado, tanto em timbres como em velocidade das músicas, e o mais legal é que apesar de novas, as músicas tem o estilo Epitaph, e isso é possível pelos 15 anos de tempo que tocamos juntos, mas assim como no primeiro o novo CD terá músicas com Hard Rock, Thrash, Heavy, Doom ou seja o estilo Epitaph e estamos muito confiantes nesse material. O plano é reunirmos 10 músicas e uma regravação de uma música da minha antiga banda, a Volúpia, que virá como bônus no CD.

HMAN: O meio underground é conhecido por bandas Extremas, mas o Heavy Metal tradicional também tem seu espaço. Você já foram questionados sobre isso?
César: (Risos) Sim! toda a hora e todo o momento somos questionados...é muito bom enfrentar festivais onde a maioria das bandas são de metal mais extremo e nós ali, fazendo o clássico Heavy...isso faz o diferencial, pois a certa altura dos shows, as pessoas querem algo mais melódico e sempre acabamos por conquistar novos fãs. Existem sim bandas de Heavy de qualidade como a Storm Steel de Gravataí e a Hell Hunter de Caxias, só para citar algumas, e elas aos poucos estão conseguindo seu espaço e a Epitaph se sente bem em mostrar as raízes do metal as gerações mais novas com uma sonoridade mais moderna.

HMAN: Quais os planos parar o futuro da Epitaph? Deixo aqui um espaço para a banda fazer suas considerações finais!
César: O ano de 2016 esperamos que seja de muitos shows, gravação de um DVD oficial e o mais importante , o do lançamento do nosso próximo trabalho. Agradecemos o espaço pela entrevista no Heavy Metal All Night e ao Artur. Um grande abraço aos nossos apoiadores, fãs e amigos e podem ter certeza que a Epitaph estará com tudo nas comemorações dos 15 anos! Até o próximo show e todos convidados para tomar umas cervejas com a banda!"



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por Artur Azeredo